Estamos no horário de verão, quando nossos relógios ficam adiantados uma hora e passamos a fazer tudo mais cedo. Nosso fuso parece pular para o GMT-2, duas horas a menos do que o horário normal no Observatório de Greenwich, na Inglaterra, ao invés do costumeiro GMT-3. As noites começam mais tarde e reduzem, todos os dias, o tempo dedicado à observação do céu noturno, a menos que se consiga acordar mais cedo ainda e observar nas madrugadas.
Complicado, polêmico e pouco compreendido pela população, o horário de verão foi criado para economizar energia elétrica. E embora o Sol se comporte da mesma maneira todos os anos, as datas para início e fim dos horários de verão são sempre uma surpresa que depende de importantes estudos. São um sacrifício e um transtorno para muitos, havendo aqueles que nunca se acostumam com eles. Mas, gostando ou não, aí está sua nova versão e nós temos mesmo é que aceitá-lo.
Agora, enquanto você se sacrifica pelo País, acordando antes dos passarinhos e violentando o seu relógio biológico para economizar energia elétrica, olhe bem para a iluminação noturna da sua cidade. Você consegue perceber para onde grande parte dessa luz vai? Engraçado, não é? Ela vai diretamente para cima, onde não há ninguém para aproveitá-la. Esse mau exemplo, flagrante desperdício de energia, ignorado pela maioria da população que paga impostos, é o principal causador da poluição luminosa, que é uma verdadeira maldição para os astrônomos, por tornar o céu opaco para a tênue luz que recebemos dos objetos cósmicos. É por isso que não conseguimos ver muitas estrelas sobre as áreas urbanas incorretamente iluminadas.
Fiquem espertos, companheiros! Estamos economizando energia elétrica para depois desperdiçá-la sem necessidade, agredindo o meio ambiente com uma luz inútil que vai para o espaço sideral junto com o nosso dinheiro.