Antes de mais nada, permitam-me manifestar o desejo de que, um dia - não muito remoto, espero - publicações como a Revista Galileu venham a ser distribuídas às bibliotecas escolares, sobretudo entre as escolas de ensino médio da rede pública. Certamente o nível de Consciência das pessoas passa pela boa formação intelectual, e a humanidade poderá dar um salto quântico em maturidade da espécie quando as informações de uma minoria forem acessíveis a todos os indivíduos.

Venho lhes falar sobre o "salseiro" em que se transformou a energia elétrica nos últimos dias; o horário de verão seria mesmo uma medida econômica e democrática? Tenho acompanhado com interesse a luta quase insana contra a POLUIÇÃO LUMINOSA, iniciada em minha cidade pelo astrônomo amador ROBERTO FERREIRA SILVESTRE, de quem foi publicado um e-mail no número de outubro. Há bons anos que ele sugere às autoridades ditas competentes que o desperdício de cerca de 30% da energia elétrica, devido ao emprego irracional de luminárias dispersivas, tem conseqüências desastrosas para a Natureza (pois o homem não consegue ainda fabricar rios), representa má gestão das verbas públicas (pois quem paga as contas do desperdício é o contribuinte), e, além de tudo, inviabiliza a observação do céu noturno (pois os bolsões amarelos de lâmpadas a vapor de sódio em luminárias obsoletas "inibem" o brilho das estrelas sobre os centros urbanos).

Eis por que tomo a liberdade de lhes sugerir uma oportuníssima matéria sobre Poluição Luminosa, e esta é uma iniciativa absolutamente pessoal. Trata-se de uma luta que agrega mais e mais adesões a cada dia que passa e, dadas as facilidades de comunicação via Internet, a maioria dos astrônomos brasileiros ficaria astronomicamente agradecida por ver o assunto levantar-se em nível nacional, através de uma Revista da respeitabilidade da Galileu.