Além das pesquisas, os observatórios responsabilizam-se pelo cálculo de efemérides e pela
sua divulgação através da mídia. Costumam oferecer cursos e promover visitas regulares de
pessoas interessadas em observar o céu através de telescópios. Alguns possuem museus de
ciências permanentes, além de anfiteatros e dormitórios para abrigar visitantes. Os
profissionais que neles trabalham costumam ser funcionários públicos que recebem salários
dos seus governos, sejam eles locais, estaduais ou federais.
Diferentemente do que se deveria esperar, o Observatório Astronômico de Uberlândia, de
nome provisório não registrado, foi feito em cima de uma residência particular, num bairro
do extremo sudoeste da cidade, quando a iluminação artificial noturna ainda não era um
grande problema para a visibilidade do céu noturno. Milhares de pessoas já o visitaram
e puderam ver de perto a Lua, os planetas com seus satélites, as nebulosas, os aglomerados
estelares, as estrelas duplas, alguns cometas e umas poucas galáxias. Ele é um patrimônio
da cidade porque foi construído para ela, sem o uso de dinheiro público, visando em primeiro
lugar as crianças, por serem estas intuitivamente interessadas ou até mesmo apaixonadas
pelas coisas do Universo.
O tempo passou e a nova iluminação da cidade, forte e absurdamente dispersiva, reduziu
muito o número dos objetos visíveis através do telescópio, sem necessidade, já que poluição
luminosa é desperdício, incompetência e falta de respeito ao meio ambiente. Apesar da
campanha de vários anos contra essa agressão à Natureza, o céu ficou turvo, amarelado,
enquanto o povo feliz acredita que tem mais segurança quando a luz e o dinheiro público são
lançados para cima, em direção ao espaço sideral. Perde-se um patrimônio natural e
inutilizam-se o investimento e o trabalho de uma vida. Saem perdendo também a Educação e
as crianças inteligentes e criativas, que, por falta de melhores opções, vão acabar mesmo
é desistindo e aderindo à baixaria que se vê crescer por toda parte.
Mas, infelizmente, este é o país que temos hoje, sem cidadania e cheio de mentiras,
onde o lucro exagerado de poucos causa a miséria absoluta de muitos, onde a honestidade
é rara, o crime impera e a vida não tem valor, onde aqueles que deveriam nos defender
nos viram as costas. Mudar isso não vai ser fácil nem rápido, mas uma atenção especial às
crianças ainda parece ser o melhor caminho. Por isso, enquanto for possível, o trabalho
educacional do Observatório continuará a ser realizado.
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