Existe uma concentração maior de asteróides nos chamados cinturões. Um deles fica situado entre as órbitas de Marte e Júpiter, outro fica logo depois da órbita de Netuno, onde se encontra Plutão. Mas não são poucos os asteróides com órbitas fora dessas faixas. Alguns podem ser perigosos, por cruzarem o nosso caminho e poderem vir a colidir com a Terra no futuro. Por isso existe uma projeto para catalogar e monitorar permanentemente esses objetos que são fontes potenciais de sérios problemas.
Pesquise sobre os NEOs (Near Earth Objects) na Internet e procure saber quantos e quais são os asteróides que podem chegar mais perto de nós e se há alguma previsão de aproximação a curto prazo.
As estrelas costumam ser desenhadas nas escolas com aquele formato estilizado tradicional, com cinco pontas, mas elas não são assim. Como o Sol é uma estrela, ele pode servir de modelo para nós. Se pudermos olhar para ele e ver a sua forma, teremos resolvido o problema na prática. Para isso, use um filtro de máscara de soldador, número 14, porque olhar diretamente para o Sol é extremamente perigoso para os olhos.
A forma do Sol é a de uma esfera. Assim são as estrelas, mas quem viu um eclipse total do Sol deve ter se maravilhado com a visão da coroa solar e se lembrado das tais pontas das estrelas.
As estrelas não podem ficar na mesma posição do céu, porque a Terra gira e, em geral, faz com que elas saiam do lugar rapidamente, como a simples observação pode mostrar. Mas algumas estrelas têm trajetória menor e movimento mais lento, porque ficam próximas dos pólos celestes. Um exemplo é Polaris, a Estrela Polar, visível apenas no Hemisfério Norte.
As estrelas parecem presas à esfera celeste porque estão muito longe. Suas velocidades podem ser grandes, algumas dezenas de quilômetros por segundo, mas as enormes distâncias em que se encontram não nos deixam perceber seu movimento real no tempo de uma vida humana. Sendo assim, podemos considerá-las praticamente fixas. Mas, muitas pessoas, por lerem ou ouvirem que as estrelas são fixas, imaginam que elas não mudam de posição no céu noturno, esquecendo-se de que a Terra gira.
Falamos aqui, portanto, sobre dois movimentos distintos das estrelas: o movimento aparente, rápido, causado pela rotação da Terra (que a gente vê), e o movimento próprio, visualmente lento, causado pelo seu deslocamento pela Via Láctea (que a gente não vê). Poucos minutos são suficientes para percebermos o movimento aparente, mas seria necessário um tempo muito longo para vermos as estrelas saírem de fato de seu lugar e deformarem as constelações.
As estrelas estão sempre lá, mas, durante o dia, a luz do Sol pinta a atmosfera terrestre de azul claro e não nos deixa vê-las a olho nu. Através de um telescópio elas se tornam visíveis (pelo menos as mais brilhantes), quando estão próximas à Lua, que serve de referência de posição, ajudando a localizá-las durante ocultações e conjunções, como já tive a oportunidade de observar.
Durante um eclipse total do Sol, muitas estrelas podem ser vistas, mas sem a necessidade de instrumentos. Elas enchem o céu durante os poucos minutos da totalidade, quando a luminosidade ambiente se assemelha a de um crepúsculo.
As estrelas cadentes não são estrelas que caem. São objetos geralmente pequenos (sorte nossa). Essas "pedrinhas do espaço" viajam a grande velocidade e, se forem apanhadas pela gravidade da Terra, podem chegar a atingir a atmosfera e se queimar pelo atrito com o ar. Se forem pequenas, serão pulverizadas ou evaporadas. As maiores podem chegar até o solo, como o provam as crateras que temos na Terra. De um jeito ou de outro, a massa do nosso planeta aumenta de algumas toneladas por dia devido às quedas desses objetos.
Damos o nome de meteoro ao fenômeno luminoso que observamos no céu. O objeto que causa aquele efeito, se chegar ao solo, recebe o nome de meteorito.
Pesquise sobre a Cratera do Meteoro, nos Estados Unidos (Barringer Crater, Arizona), sobre o meteorito de Tunguska, que caiu numa região da Sibéria em 1908, e sobre o Bendegó, recuperado na Bahia em 1816 e que pode ser visto no Museu Nacional, no Rio de Janeiro.
A Estrela d'Alva não é uma estrela. Ela é Vênus, o planeta mais brilhante. A estrela de maior brilho é Sirius, que fica na constelação do Cão Maior.
A cintilação das estrelas é causada pela turbulência da atmosfera da Terra. Olhando-se do espaço ou da Lua, onde não existe ar, elas param de piscar.
Costuma-se dizer que as estrelas piscam e os planetas não piscam, o que seria um critério para se determinar qual objeto está sendo observado. Na verdade, como o efeito é atmosférico e tem mais influência sobre objetos de diâmetro aparente pequeno, ele pode ocorrer também com os planetas. Por exemplo, Marte, quando está mais próximo de nós tem brilho mais fixo, mas, quando está mais distante, ele pisca como as estrelas. Mais perto do horizonte ou se houver vento forte, o efeito de cintilação aumenta bastante.
O fenômeno da variação de cor das estrelas também ocorre em função da turbulência atmosférica. As estrelas têm uma cor praticamente fixa, que depende da temperatura de sua superfície.
A velocidade de um cometa costuma ser alta, mas ele não é visto passando rápido pelo céu, por causa de sua distância. Um cometa tem um movimento como um planeta ou como a Lua, que mudam de posição, mas continuam visíveis por várias noites, durante dias ou meses. Notei que, na época do cometa Hale-Bopp (abril a junho de 1997), as pessoas perguntavam insistentemente sobre a hora exata em que ele iria passar. Elas não imaginavam que iriam vê-lo praticamente parado no céu, por dois meses.
Durante uma observação pública do Hale-Bopp, muitas pessoas reunidas perto de um observatório do interior de São Paulo gritaram empolgadas quando um avião distante deixou um rastro de vapor d'água condensado no céu. Pensaram que fosse o cometa. Isso mostra como é forte aquela imagem mental de um cometa passando depressa, com sua cauda para trás.
O Cometa de Halley foi bonito. Eu o vi de novembro de 1985 a junho de 1986. Em fevereiro, sua cauda estava grande e facilmente visível a olho nu. Em abril, quando a mídia divulgou que seria melhor para observá-lo, ele não passava de uma bolinha de fumaça. Quem acreditou, não viu. Um prefeito fez propaganda de sua cidade, dizendo que lá o Halley iria passar mais perto. Em São Paulo, capital, algumas pessoas pagaram por uma viagem de avião para ver o famoso cometa, através de uma janelinha arranhada e incômoda, sobre a megalópole poluída com fumaça e luz.
Muitas pessoas confundem meteoros com cometas. Os meteoros são fenômenos atmosféricos, próximos, rápidos e que desaparecem logo. Os cometas visíveis a olho nu estão a distâncias comparáveis às dos planetas mais próximos, parecem lentos e podem ser vistos durante muito tempo.
Ao aproximar-se do Sol, as substâncias geladas do cometa se evaporam e formam uma camada de gás que o envolve. Mais próximo ainda, o vento solar atua sobre esses gases e sobre as partículas que se desprendem do cometa, empurrando-os na direção contrária ao Sol. A cauda de gás, que é muito tênue, assume a posição oposta à do Sol, mas a cauda mais densa, de poeira e outras partículas, pode sair do cometa em uma direção um pouco diferente, por ter uma certa inércia.
O cometa Hale-Bopp tinha duas caudas. A de poeira era branca e muito mais visível, mas a de gás apareceu deslumbrante nas fotografias, com uma cor azulada.
A quantidade de matéria contida nas caudas de um cometa não é grande. Por isso, em 1910, quando a Terra atravessou a cauda do Cometa de Halley, não ocorreu o envenenamento da nossa atmosfera, como as pessoas tanto temiam.
Não é a sombra da Lua que cobre o Sol, é a própria Lua. Durante o eclipse solar, a sombra da Lua parte dela em direção à Terra, ou seja, no sentido oposto ao Sol.