Só quem já participou de encontros públicos para observação do céu e dos fenômenos que nele ocorrem consegue perceber o potencial que esse tipo de atividade representa para o crescimento interior do ser humano.

Milhares de pessoas já visitaram o nosso observatório astronômico desde sua inauguração, em julho de 1996. Entre os objetos que costumamos mostrar estão a Lua, Vênus, Marte, Júpiter e suas luas maiores, Saturno e seus magníficos anéis, estrelas duplas, aglomerados estelares e nebulosas, o que sempre empolga as multidões. Entretanto, antes da subida à cúpula onde está instalado o telescópio principal, os convidados são instruídos sobre o mundo fascinante da tecnologia espacial e orientados a acompanhar as passagens de alguns satélites, que no início da noite ficam visíveis a olho nu.

Durante uma visita dos alunos da Escola Estadual Bom Jesus, pudemos ver o reflexo da luz do Sol em uma das antenas metálicas planas e polidas de um satélite Iridium, usado na telefonia celular global. Para surpresa geral, um brilho forte surgiu no céu, na posição e no instante precisos, arrancando gritos e aplausos de crianças, jovens e adultos.

Oportunidades como a daqueles segundos mágicos, que dão o toque do fantástico e abrem parênteses em nossa rotina diária, podem mostrar que estamos nos deixando aprisionar por um sistema de vida pequeno demais, que subtrai experiências, anula a sensibilidade e ainda nos programa para a monotonia.