O efeito da dilatação do tempo


Relógios tragados para o hiperespaço

Apesar do limite imposto pela Natureza às velocidades no Universo, pode ser que existam alternativas para que sejam transpostas as imensas distâncias que nos separam das estrelas.

Há algo de muito errado no modo como a maioria das pessoas imagina o espaço e o tempo físicos. O nosso cotidiano de baixas velocidades nos faz considerar que as medidas, em metros e segundos, por exemplo, sejam coisas absolutas, que não dependam do observador. Assim, na opinião popular comum, a distância entre dois pontos fixos do espaço seria única e bem definida para todos que a avaliassem com precisão. Da mesma maneira, o intervalo de tempo transcorrido entre dois acontecimentos deveria ser o mesmo para todos que o medissem com relógios perfeitos. Mas a realidade não é tão simples assim.

Coisas estranhas acontecem quando participamos de uma viagem espacial a uma velocidade comparável à da luz. Além de afetar a distância a ser percorrida, o movimento rápido altera o fluxo do tempo, como diversos experimentos o comprovam. Embora seja surpreendente, quem viaja rápido envelhece mais devagar, porque o tempo dentro da nave passa mais lentamente se comparado com o tempo de quem fica na Terra.

De dois irmãos gêmeos, se um permanecer em casa e o outro viajar rapidamente até uma estrela, ficarão ambos surpresos quando estiverem de novo juntos. O jovem viajante aventureiro terá, então, um irmão gêmeo muito idoso.

Você acha que um extraterrestre poderia vir até nós, usando o efeito da dilatação do tempo para percorrer trilhões de quilômetros em poucas horas?


Roberto F. Silvestre
Jornal Correio - 06/10/2001



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