A visibilidade do céu noturno é indispensável para o desenvolvimento da Astronomia e depende da escuridão da atmosfera, afetada de modo brutal pela emissão de luz diretamente para cima.
A iluminação artificial, seja pública ou privada, vem se expandindo rapidamente, sem a devida preocupação com o meio ambiente. É comum a utilização de luminárias muito dispersivas em avenidas, ruas, praças, aeroportos, estacionamentos, fachadas de prédios, monumentos, estádios, canteiros de obras, clubes, quadras de esporte, cartazes de propaganda, etc. Com a chegada das lâmpadas a vapor de sódio, a poluição luminosa cresceu a níveis absurdos, tornou o céu amarelo durante as noites e inutilizou o trabalho de pesquisa do nosso observatório astronômico.
Quanto mais luz, melhor, dizem muitos, pensando que a iluminação forte e agressiva vai resolver os problemas da violência urbana. Os astrônomos de todo o País, que sofrem os efeitos causados por esse engano, perceberam que chegou o momento certo de mostrar às pessoas que a dispersão irracional de luz não traz benefícios para ninguém.
Uma campanha está correndo, em nível nacional, apontando o desperdício existente na iluminação das cidades. Quando o povo perceber que está pagando caro por uma luz que é jogada fora, em direção ao espaço, numa época de pouca energia e de ameaça de racionamento, a situação vai ter que mudar.
A Prefeitura de Uberlândia, através da Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia, já está estudando esse problema, por reconhecer que ele prejudica os seus projetos para difusão e desenvolvimento da Ciência em nossa cidade.